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O Impacto dos Filtros de Luz Azul: São Realmente Necessários?

Com o aumento do tempo que passamos em frente a ecrãs, a utilização de filtros de luz azul tornou-se uma tendência popular, tanto em óculos como em dispositivos eletrónicos. Mas será que esses filtros são realmente eficazes para proteger a saúde dos olhos? Este artigo explora o impacto da luz azul, os benefícios e as controvérsias em torno dos filtros que prometem reduzir os seus efeitos.


pessoa a segurar um telemovel em frente a um computador

O que é a Luz Azul?


A luz azul é uma parte do espectro visível da luz, com comprimento de onda entre 400 e 500 nm, próxima da luz ultravioleta. Esta luz é emitida por fontes naturais, como o sol, mas também por dispositivos eletrónicos, como smartphones, computadores e tablets. Há evidências de que a exposição excessiva à luz azul pode causar fadiga ocular, afetar o sono e, potencialmente, contribuir para problemas oculares a longo prazo.


Filtros de Luz Azul: Como Funcionam?


Os filtros de luz azul foram desenvolvidos para bloquear ou filtrar as ondas de luz azul de maior energia, que supostamente são mais prejudiciais para os olhos. Estes filtros podem ser encontrados em lentes de óculos ou como uma configuração em dispositivos digitais. A ideia é que, ao bloquear parte dessa radiação, os filtros ajudem a reduzir o desconforto ocular e o impacto negativo no sono, pois a luz azul pode inibir a produção de melatonina, uma hormona essencial para o ciclo de sono.


A Eficácia dos Filtros de Luz Azul: O Que Diz a Ciência?


Apesar de sua popularidade, a ciência ainda não é conclusiva sobre os benefícios dos filtros de luz azul. Um estudo de 2017 publicado no American Journal of Ophthalmology concluiu que não há provas substanciais de que os filtros de luz azul sejam eficazes na prevenção de danos à retina ou na melhoria da qualidade do sono . Outra investigação publicada no Cochrane Database of Systematic Reviews em 2021 também não encontrou evidências claras de que esses filtros protejam significativamente contra a fadiga ocular digital.


Por outro lado, estudos como o da Harvard Medical School indicam que a exposição prolongada à luz azul pode, de facto, interferir com o sono e aumentar a fadiga ocular . No entanto, os filtros podem ser apenas uma pequena parte da solução, com outros fatores, como pausas regulares no uso de dispositivos e o ajuste do brilho dos ecrãs, desempenhando um papel igualmente importante.


Luz Azul e Fadiga Ocular Digital


A fadiga ocular digital, também conhecida como síndrome de visão de computador, é um conjunto de sintomas oculares, como cansaço, secura e dores de cabeça, que resultam da exposição prolongada a ecrãs. Embora a luz azul tenha sido associada a essa condição, estudos sugerem que outros fatores, como o piscar reduzido e a postura inadequada, são mais críticos para o seu desenvolvimento .


Os Filtros São Realmente Necessários?


Dada a ausência de provas sólidas que comprovem os benefícios dos filtros de luz azul na prevenção de danos oculares a longo prazo, o seu uso deve ser avaliado com cautela. Embora possam ajudar algumas pessoas a reduzir a fadiga ocular ou melhorar a qualidade do sono, não são uma solução universal.


Os especialistas recomendam outras estratégias, como seguir a regra 20-20-20 (a cada 20 minutos, olhar para algo a 20 pés durante 20 segundos) e ajustar o ambiente de trabalho digital para evitar a fadiga ocular.


Conclusão


Os filtros de luz azul ganharam popularidade como uma solução para os problemas relacionados com a exposição prolongada a dispositivos digitais. No entanto, as evidências científicas não são conclusivas quanto à sua eficácia. Enquanto pesquisas futuras podem fornecer mais clareza, práticas saudáveis como pausas frequentes e ajustes ergonómicos continuam a ser as melhores recomendações para proteger a saúde ocular.



Referências

  1. Lawrenson, J. G., Hull, C. C., & Downie, L. E. (2017). The effect of blue-light blocking spectacle lenses on visual performance, macular health, and the sleep-wake cycle: a systematic review of the literature. American Journal of Ophthalmology, 191, 113-121.

  2. Downie, L. E., & Busija, L. (2021). Blue-light filtering ophthalmic lenses for visual performance, sleep, and macular health in adults. Cochrane Database of Systematic Reviews, (6), CD013546.

  3. Harvard Medical School. (2018). Blue light has a dark side. Harvard Health Publishing.

  4. Sheppard, A. L., & Wolffsohn, J. S. (2018). Digital eye strain: prevalence, measurement and amelioration. BMJ Open Ophthalmology, 3(1), e000146.

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